Confira a programação completa no site oficial do evento ( www.forumdasletras.ufop.br ), na parte “Programação”. Além da programação geral, relatada abaixo, você ficará por dentro do que acontecerá no Fórum das Letrinhas, na Via-Sacra Poética, programação especial e exposições relacionadas ao Fórum das Letras 2008. Pelo site, ainda poderá conferir informações sobre todos os autores e escritores que participarão desta 4ª edição do Fórum das Letras. Com essas informações, você pode até ter um melhor entendimento das palestras, traçando relações contextuais do que é dito nas atividades com o histórico e o conteúdo das obras dos palestrantes.
PROGRAMAÇÃO GERAL
QUARTA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO
16h30: “Conversa sobre o universo paralelo: a cena independente no Brasil”
Lobão e Nelson Motta
Segundo o Lobão “o universo paralelo é uma ação multilateral que busca dar novas soluções para o show business, a indústria fonográfica e a música em geral. Por que não dizer, para a arte do mundo inteiro?!!!” Venha debater essas idéias com dois dos maiores expoentes da cena musical e literária no Brasil de hoje.
18h30: “Memória e ressentimento”
Azriel Bibliowicz (Colômbia), Moacyr Scliar, Tatiana Salem Levy. Mediação Moacir Amâncio
A literatura como redenção, do autor e dos seus leitores, através do processo de reinventar o passado. A memória como um exercício de imaginação que conduz, não apenas à superação da experiência, mas também, muitas vezes, à sublimação do vivido, tanto individual quanto coletivamente, na partilha de uma identidade histórica.
QUINTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO
14h30: “A mulher em Guimarães Rosa e Machado de Assis: Há como desvendar o enigma de Capitu e Diadorim?”
Audemaro Taranto Goulart, Benjamin Abdala Júnior, Márcia de Morais, Marli Fantini. Mediação Elzira Perpétua
O debate tentará traçar um paralelo entre duas das mais importantes personagens femininas da literatura brasileira. O que permite aproximar Capitu e Diadorim é o mistério que se oculta nas névoas dos “olhos de ressaca” e no verde do olhar que reproduz a magia lisérgica do sertão reinventado. Há alguma identidade na dor que se adivinha na fímbria desses olhares? Alguns dos maiores especialistas em Machado de Assis e Guimarães Rosa estarão reunidos no Fórum das Letras para ajudar a revolver esses enigmas.
16h30: “O mistério do encontro entre Letra e Música”
Celso Adolfo, Fernando Brant, Pasquale Cipro Neto. Mediação Jorge Fernando dos Santos
O poema é composto de imagens e música, de tal forma que, muitas vezes, o ritmo é perceptível, mesmo que jamais se transforme em canção. A música é parte intrínseca do poema. Se o ritmo é um dos mais importantes elementos da palavra poética, podemos dizer que a letra já nasce com música? Ou é o contrário: é a música que nasce primeiro e sugere a letra? Quais os segredos para que o encontro entre letra e música seja perfeito?
18h30: “Três olhares sobre o romance noir”
Martin Brock (Alemanha), Peter Robinson (Inglaterra) e William Gordon (Estados Unidos). Mediação Cora Rónai
O Fórum das Letras promove um encontro inédito entre três mestres da literatura policial e de suspense, de nacionalidades diversas, para debater as diferentes perspectivas de produção do romance noir e a recepção desse gênero em seus respectivos países.
SEXTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO
9h30: Literatura em cena especial – Oferecimento BNDES
Apresentação da mesa: João Luiz Martins, reitor da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP; Angelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto; e Paulo Brant, secretário de Cultura do Estado de Minas Gerais
1808 – A invenção do Brasil
Laurentino Gomes, Fuad Yazbeck, Francisco Seixas da Costa (embaixador de Portugal no Brasil). Mediação: Otávio Elíseo
A história da relação entre Brasil e Portugal é tema que oferece continuamente novas interpretações, desde as controvérsias sobre a chamada “descoberta” do Brasil. A vinda da Família Real Portuguesa mudou completamente os rumos esperados e deu à nação brasileira a conformação que tem na atualidade. As diferentes abordagens desses autores, literária e ensaística, serão debatidas à luz de perspectivas de ambos os países. Esse encontro promete!
Espetáculo “O poeta de todos nós”
Poemas de Marly Oliveira interpretados por Lauro Moreira – embaixador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, com música de Pedro Braga
14h30: “Qual a chave da construção do romance?”
Ana Maria Gonçalves, João Batista Melo, Luiz Ruffato, Maria Esther Maciel. Mediação Almir de Freitas
Em um momento em que os limites entre os gêneros literários se dissolvem, o que podemos dizer que seria o “romance”? Quais as preocupações dos autores ao realizar obras dentro desse gênero? Quais as dificuldades, limites e compensações? Por que o romance ocupa, ainda hoje, um lugar tão privilegiado na preferência do público leitor? Os processos de criação, métodos de trabalho e como surge e é desenvolvido o tema de um romance serão as questões debatidas por alguns dos mais interessantes romancistas do Brasil na atualidade.
16h30: “Lendo livros que não existem mais”
Jacyntho Lins Brandão, Roger Chartier (França). Mediação Maria Clara Versiani Galery
Temos notícias, por diversos textos e documentos antigos, de importantes obras que um dia desapareceram. Esse foi o tema, por exemplo, do aclamado livro O nome da Rosa, de Umberto Eco, uma interessante ficção sobre as razões do desaparecimento do livro sobre a Comédia, realizado por Aristóteles, na Antiguidade. O Fórum das Letras traz dois grandes especialistas em história do livro e da leitura, para lembrar títulos que não existem mais, mas deixaram traços essenciais na história da humanidade, bem como livros que foram inventados por importantes autores, como Jorge Luís Borges, Bolaño, Shakespeare e Luciano de Samósata, entre outros.
18h30: “Poesia do encontro”
Rubem Alves e Elisa Lucinda
A palavra encontra o papel, o autor encontra a imagem que vai traduzir sua idéia, o leitor se encontra com uma sensação que já conhecia, mas que nunca havia formulado claramente antes. Poesia é a arte do encontro. E do encontro de Elisa Lucinda e Rubem Alves só se pode esperar beleza, encantamento. Somos partícipes da fulminante intimidade que nasceu entre esses autores, segundo as palavras de Gilberto Dimenstein, no prefácio do livro que Elisa Lucinda e Rubem Alves fizeram, o qual emprestou seu título a esta mesa.
SÁBADO, 8 DE NOVEMBRO
14h30: “A boa crônica tem receita?”
Alberto Villas, Antonio Carlos Gaio, Luís Giffoni, Manuel Costa Pinto. Mediação Marcia Tiburi
A crônica é, talvez, o gênero literário que encontrou, no Brasil, uma expressão mais própria. Flashes do quotidiano, comentários sobre o mundo e a política, reflexões pessoais, tudo parece matéria passível de ser aproveitada pelo cronista. Porém, o que faz o encanto da crônica para o público leitor? Por que algumas crônicas se tornaram documentos antológicos sobre a realidade brasileira?
16h30: “Quais as estratégias de captura da atenção do leitor no romance noir?”
Francisco José Viegas (Portugal), Lourenço Mutarelli, Marçal Aquino. Mediação Alécio Cunha
A literatura noir é um dos gêneros literários que mais exige que o escritor domine a relação com o leitor. A atmosfera densa e sombria, os personagens ambíguos e a narração subjetivada constroem uma atmosfera em que a tática consiste em revelar aos poucos, em ampliar a tensão ao ponto de tornar o leitor partícipe da trama. Haveria uma fórmula para construir com eficácia esse jogo de sombras e luzes?
18h30: “Onde pulsa o segredo do conto?”
Eric Nepomuceno, Jerônimo Teixeira, João Carrascoza. Mediação Guiomar de Grammont
García Márquez disse, certa vez, que fazer um romance é como assentar ladrilhos em uma parede, enquanto produzir um conto seria como erigir uma parede de concreto. O que torna o conto mais contundente? Os processos de criação de um escritor, seus rituais de escritura influem mais no conto do que em outros gêneros literários? É diferente a forma como surge e é desenvolvida a idéia em um texto curto? Haveria como definir o “bom” conto?
DOMINGO, 9 DE NOVEMBRO
14h30: “Os mistérios não gostam de ser nomeados”
João Gilberto Noll. Mediação Luís Alberto Brandão
O título da mesa faz referência ao livro delirante de João Gilberto Noll, intitulado Acenos e Afagos, em que o protagonista consome-se em uma errância na escuridão noturna do sub-mundo em busca de qualquer gesto capaz de substituir um objeto de desejo sufocado na memória. Passa a viver, então, o que o narrador chama o “teatro latente”: o mundo do dia é aquele em que vive uma máscara de si mesmo. Ser noturno, ele se consome nessa “fome impossível”, como um vampiro. Inclusive, como esses seres, experimentará uma espécie de ressurreição do túmulo. A claustrofóbica trajetória do narrador protagonista – expressa na linguagem imagética e elíptica do autor – é um mergulho no mistério do amor sem redenção possível.
16h30: “Qual a medida entre a palavra e o silêncio na poesia?”
Chacal, Jorge Melícias (Portugal), Luís Serguilha (Portugal), Nelson Saúte (Moçambique), Nicolas Behr. Mediação Sérgio Fantini
O que é o silêncio na poesia? A palavra é feita de silêncio? A busca de uma poesia mais profunda, visceral, mais próxima do corpo é uma tendência que, no limite, levaria ao absoluto silêncio? Poesia é um dos gêneros que mais se presta à experimentação e o poeta é um transgressor – de idéias, linguagens e conceitos. Talvez, por esse motivo, o gênero seja considerado, muitas vezes, como de ‘difícil acesso’, pois exige de seu leitor um pouco mais de tempo, reflexão e intimidade com as palavras, entre outras questões importantes para o estabelecimento do diálogo entre autor e leitor. Qual o sentido e o lugar da poesia hoje, diante de tantos novos suportes?
* Programação gratuita.
Todos os debates vão acontecer no Centro de Artes e Convenções da UFOP.
Endereço: Rua Diogo de Vasconcelos, 328 – Pilar – Ouro Preto-MG
Postado por: Felipe Bianchi dos Santos